A queda na adesão vacinal no Brasil tem se tornado cada vez mais evidente,
gerando diversas preocupações para as autoridades de saúde. Com a diminuição da
cobertura vacinal, enfermidades previamente erradicadas no paÃs estão em risco de
ressurgirem, o que se aplica ao conjunto de vacinas analisadas neste estudo. Diante dessa
ameaça iminente, é crucial compreender os aspectos socioeconômicos relacionados Ã
baixa adesão vacinal. Diversas hipóteses podem ser determinantes para diminuição nas
taxas de imunização contra doenças. Uma delas sugere que municÃpios com desvantagens
socioeconômicas, como baixo Ãndice de desenvolvimento e escassa cobertura de atenção
primária à saúde, possam estar relacionados a uma menor taxa de cobertura vacinal. Além
disso, outra hipótese sugere que municÃpios com alta cobertura de planos de saúde podem
apresentar uma aparente baixa cobertura, quando analisados os dados disponibilizados,
visto que esses dados provêm predominantemente de sistemas do setor público, como o
DATASUS. Portanto, este trabalho teve como objetivo investigar a conexão entre a
cobertura vacinal deficiente para o grupo de vacinas analisadas e os indicadores
socioeconômicos e de desenvolvimento nas diferentes regiões e municÃpios do Brasil.
Para tanto, empregaram-se métodos de análise descritiva dos dados e modelagem de
machine learning não supervisionado (clusterização). Por meio das análises realizadas,
constatou-se que aparentemente há uma associação entre certos fatores socioeconômicos,
como o Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Ãndice de Gini, e a diminuição da
cobertura vacinal no paÃs, evidenciando que municÃpios e regiões menos desenvolvidos
apresentam uma proporção menor de indivÃduos imunizados.
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